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Ana foi co-fundadora do movimento Sistema B, uma organização parceira do B Lab, que identifica e certifica empresas que estejam causando impacto positivo real, diferenciando-as de empresas que não têm suas práticas alinhas ao discurso de impacto. “Mais do que uma certificação, ele permite que se faça um projeto de autoavaliação da empresa que ajuda muito na gestão e na tomada de decisões.

Quando o assunto é sustentabilidade, pensar na Ana é algo automático pra nós. Além de sua formação, ela tem uma super experiência profissional nas áreas de sustentabilidade, mensuração e modelos de negócio de impacto, ESG, marketing, terceiro setor, comunicação e investimentos. Se hoje este assunto está em alta, já era um tema importante para a pequena Ana, que aos oito anos liderou uma campanha de arrecadação de alimentos para o Norte e Nordeste e aos 16 fundou a ONG Ouvidoria do Eleitor, que acompanhava o trabalho dos vereadores para ver se estavam fazendo o que haviam prometido em campanha.

Com o propósito de criar uma economia mais resiliente, compartilhada e inclusiva, ela hoje se dedica ao fortalecimento de negócios que respondem aos principais desafios da nossa época. “Minha vida profissional foi baseada na intersecção da minha vocação, minha paixão e do que o mundo precisa.”

Pense nos principais nomes da sustentabilidade – pode ter certeza que Ana esteve ou está envolvida de alguma maneira. Ela e seu marido são hoje um dos principais exemplos no país de que é possível fazer a transição de portfólio para investimentos sustentáveis. Além dos investimentos da Ecoa, ela reuniu algumas mulheres para investirem juntas na Flavia Aranha, marca de roupa referência em sustentabilidade.

“O primeiro passo é ter consciência de que suas escolhas estão causando algum impacto. Fazer perguntas é muito importante: de onde vem essa madeira que vou colocar na minha casa? Como essa roupa foi feita? Em que empresas meu dinheiro está sendo investido.”

Quando você começou a pensar nessas questões de impacto, sustentabilidade?

Eu não tive um momento de “clic”, de grande mudança na maneira de ver a vida. Eu brinco que já era assim dentro da barriga da minha mãe. E tive uma educação, um estilo de vida que me ensinaram a olhar para o outro.

E como foi sua infância?

Nos meus primeiros quatro anos morei na fazenda e tive muito contato com a natureza, com a terra. Passava boa parte da semana lá e alguns dias em São Paulo, pois meu pai era produtor de teatro e minha mãe, atriz. Eu acho que esta mistura me despertou uma sensibilidade maior, uma empatia pelo outro.

Então chegou época da faculdade e o que você decidiu cursar?

Na época eu queria ser presidente do Brasil rsrsrs, justamente para resolver as questões sociais do país. Acabei fazendo Ciências Sociais na USP e Comunicação Social na ESPM. Neste momento houve uma junção muito importante de dois mundos, tendo de uma lado a Antropologia e, do outro, o mundo prático dos negócios, de construção de marca, etc.

E como você juntou os dois mundos na vida profissional?

Comecei minha carreira na Ashoka, uma das principais organizações globais que fomentam o empreendedorismo social. Foi uma grande escola de terceiro setor e onde tive contato com diferentes empreendedores que estavam tentando resolver os principais desafios da época. Então, em 2005, percebi um movimento de empresas do setor privado para gerar um impacto mais positivo dentro do seu próprio modelo de negócio.

Que empresas eram essas e o que estavam fazendo?

Natura e Banco Real. Na época eu queria ir para o setor privado, desde que fosse para trabalhar em uma dessas duas empresas, e fui para o Banco Real, com Fabio Barbosa na gestão. Foi ali que aprendi como incorporar as práticas sociais e ambientais em uma operação que gera retorno financeiro. Eles foram muito pioneiros em enxergar essas questões não apenas pelo viés altruísta, mas a olhar para suas práticas de negócio levando em conta os impactos que elas gerariam do ponto de vista social e ambiental.

Então você saiu de uma grande organização e foi para a Amata, que estava nascendo?

Sim, Amata estava começando e eu me encantei com seu propósito de substituir madeira de desmatamento por madeira de origem certificada. Ali assumi a área de sustentabilidade e de marketing, além do desafio de empreender junto em uma empresa que estava nascendo do zero.

E então vieram as filhas e a Ecoa?

Em 2018 nasceu minha primeira filha e na sequência engravidei da segunda. Foi um período bastante dedicado à maternidade e também quando eu e meu marido Dario começamos a gestar a Ecoa, que é uma casa de investimento que tem o propósito de investir em empresas alinhadas ao espírito do tempo. Entendemos que fazemos parte de uma geração de transição: sabemos quais empresas e modelos de negócios que estão entregando valor não só para o acionista mas também para a sociedade e vão gerar impacto positivo no futuro, mas ainda convivemos com muitas incoerências. Reconhecer isso é o primeiro passo, então decidimos lidar de forma genuína com essas incoerências e tentar fazer as melhores escolhas. E entendemos que é um privilégio poder fazer muitas dessas escolhas.

E como vocês passam essa cultura para os filhos?

Pelas nossas ações e experiências de vida. Fazemos muito mais do que falamos. Explicamos o porquê de nossas escolhas. Por exemplo, trouxemos de viagem um presente da Patagônia, contamos a história da marca e de seu fundador. Escolher o destino de férias também é uma escolha e tudo bem se é num super hotel ou num acampamento, mas elas precisam saber que são escolhas feitas de forma consciente, lidando com as incoerências. Assim vamos trazendo elementos do que acreditamos.

Ana também faz parte do conselho da Nude, marca de leite de aveia líder no Brasil. “Acredito que para uma mudança de comportamento efetiva em uma sociedade não basta uma empresa. É um movimento que precisa ser virtuoso e coletivo. E são as empresas e as grandes marcas que têm o dever de fazer isso.”

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